INDÍCIOS DE MORTE
Como identificar as causas do óbito pela aparência de um órgão
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Pus no pulmão indica pneumonia. A doença pode ter sido causada pelo
entubamento em um paciente que ficou internado por muito tempo.
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Pulmões inchados, cheios de pintas vermelhas e face arroxeada indicam
asfixia. No caso de afogamento, eles também ficam cheios de água
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Massa encefálica espalhada é um sinal de fratura no crânio, que pode
ser resultado de algum tipo de golpe na cabeça,como uma machadada
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Órgãos pálidos representam grande perda de sangue devido a uma
hemorragia. Pode ser a consequência de um ferimento a bala no coração,
por exemplo
CORTE A CORTE
Os procedimentos e o trabalho dos legistas em uma vítima de morte violenta
1.
Após o reconhecimento da família, o corpo é identificado com um número
que remete a documentos como o RG e o Boletim de Ocorrência. Roupas e
projéteis são enviados para o Instituto de Criminalística, da Polícia
Científica, que faz perícias em locais e objetos. O cadáver é pesado e
lavado com água e sabão
2. Na sala de necropsia, o exame começa
com a análise externa do corpo. Médico e auxiliar procuram furos de
bala, lesões e até sinais que identificam o morto, como uma tatuagem ou
uma cicatriz. Todos os detalhes são anotados e farão parte de um
documento emitido pelo IML
3. “O próximo passo é o exame interno,
pela abertura das cavidades do cadáver e pelo exame minucioso de suas
vísceras”, conta Roberto Souza Camargo, diretor do IML de São Paulo. Com
um rasgo que vai do pescoço aopúbis e que pode ter formato de Y, de T
ou de I, o legista tem acesso à caixa torácica e ao abdome
4. Os
órgãos agredidos que podem ajudar na descoberta da causa da morte são
retirados e examinados – como um coração esfaqueado ou o estômago, no
casode envenenamento. É feita tanto uma análise geral quanto
microscópica e os resultados são combinados no relatório final
5.
Depois dos órgãos do tórax, o médico corta o couro cabeludo de uma
orelha a outra para remover o cérebro. A tampa do crânio é retirada com
uma serra elétrica, mas o cérebro só pode ser arrancado se todos os
nervos que o conectam ao corpo são cortados – entre eles, os nervos
ópticos, ligados aos olhos
6. Ao final da análise, os órgãos são
reinseridos e o corpo é fechado. Os pequenos pedaços utilizados em
exames são incinerados. O legista usa uma costura contínua, que tem um
ponto inicial e segue do começo ao fi m dos cortes. Cabelos e roupas
escondem as suturas durante o enterro
7. O processo inteiro, da
chegada à liberação do corpo, dura de quatro a oito horas. A necropsia
leva entre duas e três horas.Ao fim do exame, o IML emite uma Declaração
de Óbito, com a identificação e o motivo da morte. Com esse documento, a
família consegue retirar a Certidão de Óbito em um cartório.
Para ser médicolegista é preciso formar-se em medicina e prestar concurso público.
O
IML não mexe só com mortos. Em São Paulo, boa parte dos atendimentos
(92%) é feita com gente viva, como vítimas de agressões, acidentes de
trânsito e de trabalho.
Não adianta correr
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